por Fernando C. de Sá Benevides - Cientista Social e escritor
O professor de História da UFRJ, Murillo de Carvalho, no suplemento MAS, da Folha de São Paulo, nos fala do drama da América Latina, atribuindo-o ao povo, porque lhe falta consciência democrática e de cidadania, refletida na falta de respeito ao outro e de sentimento de solidariedade entre os atores ou sujeitos da sociedade.
Sem definir que atores ou sujeitos, a responsabilidade pelo drama é o povo. Isentou as elites dirigentes, das quais ele é um dos integrantes e, como ele, os que até hoje, por conveniência, por interesse ou por omissão têm permitido que a escola no Brasil, se mantenha “mutatis mutandi” na situação a que se referiu Anísio Teixeira, em 1937, no livro “Educação para a Democracia”.
Naquela oportunidade escreveu Anísio Teixeira: “A escola, que veio para resolver problema, tornou-se, ela própria, um problema”... a escola primária, disse ele, ensina e mal a ler, escrever e contar; a escola secundária prepara para a Faculdade e de maneira tendenciosa, encaminhando os estudantes para as profissões burocráticas e as profissões liberais.
Sem definir que atores ou sujeitos, a responsabilidade pelo drama é o povo. Isentou as elites dirigentes, das quais ele é um dos integrantes e, como ele, os que até hoje, por conveniência, por interesse ou por omissão têm permitido que a escola no Brasil, se mantenha “mutatis mutandi” na situação a que se referiu Anísio Teixeira, em 1937, no livro “Educação para a Democracia”.
Naquela oportunidade escreveu Anísio Teixeira: “A escola, que veio para resolver problema, tornou-se, ela própria, um problema”... a escola primária, disse ele, ensina e mal a ler, escrever e contar; a escola secundária prepara para a Faculdade e de maneira tendenciosa, encaminhando os estudantes para as profissões burocráticas e as profissões liberais.
Nesse cenário é que se tentou redesenhar com a criação de universidades, de escolas técnicas de nível médio e uma nova pedagogia, nos anos que se seguiram. Foi um esforço que, a partir dos anos 80 foi sendo esvaziado a partir do alto, transformando a universidade em supermercado. A forma mais eficiente de deformar o ensino médio e fundamental e abandonar o ensino técnico de nível médio. Isto porque a universidade renunciou à sua finalidade: a de produzir conhecimento. Com isso foi formando gerações de alienados, que iriam integrando os quadros das elites dirigentes na condição de segmentos sociais de sustentação do bloco histórico hegemônico, tradicionalmente voltado para fora do país e, por isso, afinado com os interesses dos grupos externos.
Nesse cenário podemos perceber que chegamos ao fundo do poço com a responsabilidade de nossas elites dirigentes e não com a do povo, que tem sido mantido como mero figurante de nossa história social. Condição essa que se relaciona com a escola e o ensino, que acabaram de ser desmantelados nos últimos dez anos, em obediência à lei do mercado... ATé QUANDO VAMOS ACEITAR ISSO?
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